Toda novela de época sempre é um desafio para os profissionais figurinistas. Em Cordel Encantado não foi diferente. Na obra de Thelma Guedes e Duca Rachid, Marie Salles e Karla Monteiro, elas contaram com a ajuda de uma equipe de 30 pessoas para vestir os 56 atores com uma média de cinco modelos para cada um deles. Até o momento já foram confeccionadas cerca de 1500 peças de roupas. “O figurino está inserido na alma dos personagens. Por isso, a responsabilidade de fazer um trabalho fiel ao imaginado pelas autoras é muito grande”, revela Marie.
Para o ator Cauã Reymond (que interpreta o administrador de fazenda Jesuíno), esse é o figurino mais bonito que ele já usou. “Acho as roupas de todos os personagens sensacionais. Sei que dá trabalho fazer tudo aquilo, mas reconheço o esforço de todos. A equipe de figurino de Cordel Encantado arrebenta!”, elogia o ator.
Até o momento quando os atores experimentam suas roupas prontas, é necessária muita pesquisa e diversas aprovações da direção. Pranchas são criadas a partir da leitura da sinopse da novela e orientações dos diretores Ricardo Waddington e Amora Mautner. Elas funcionam como referência inicial para o trabalho das figurinistas.
De acordo com Karla, o figurino que mais deu trabalho para ser criado foi o do Rei Augusto, personagem de Carmo Dalla Vecchia. “Metal é o elemento comum a todos os reinos e a inspiração para o rei veio dos Romanov, czar da Rússia”. “Acho importante a preocupação das figurinistas em mostrar nossa brasilidade nas roupas dos personagens. E, apesar das roupas terem muitas aplicações em metal, o que o deixa um pouco mais pesado do que outras roupas que já vesti, é tudo muito confortável”, diz Carmo.
A criação se dividiu em quatro núcleos para realizar o trabalho: Seráfia do Norte, Seráfia do Sul, Brogodó e cangaceiros. Cada grupo possui características comuns, como a mesma paleta de cor. O núcleo de Seráfia do Norte utiliza cores solares, como dourado, tons claros, bege e marrom. A única exceção são os vilões, que usam verde, bordô e a cor preta.
As fadas serviram de referência para a rainha Cristina (papel de Alinne Moraes). Nas roupas são usados tecidos fluidos, tingidos por uma técnica vietnamita milenar chamada shibori. Já a rainha-mãe Efigênia (Berta Loran) usa um mix de rainha Vitória com a rainha Dona Maria I, a louca. O figurino da grande vilã Úrsula (Debora Bloch) usou como ponto de referência a figura da madrasta da Branca de Neve e os desfiles de outono-inverno das eternas marcas Lanvin, Gucci e Pucci. Os elementos-chave do figurino da personagem são as penas de pássaros, a silhueta com anquinhas, chapéus, ombreiras e pedras grandes.
Já o estilo de Seráfia do Sul, um reino de rebeldes, possui como marca as cores prata, azul marinho e preto, fazendo referência à lua. A inspiração para os figurinos da rainha Helena (Mariana Lima), do rei Teobaldo (Thiago Lacerda), de Inácio (Maurício Destri) e Felipe (Jayme Matarazzo) veio dos filmes clássicos “Guerra nas Estrelas”, de Geroge Lucas, e “O Senhor dos Anéis”, de Peter Jackson.
“Esse é, sem dúvida, o figurino mais elaborado e composto que eu já vesti. Na fase francesa, os vestidos tinham umas bases de feltro e lã para aguentar o frio. Eu ainda usava barriga de grávida e anágua com armação. Eram muitas camadas. Para gravar no Rio, os vestidos ficaram mais leves. Figurinos e acessórios maravilhosos me ajudaram a compor minha personagem", comenta a atriz Mariana Lima.
Totalmente feita à mão, a Brogodó foi desenvolvida por Marie Salles e Karla Monteiro, considerado um olhar contemporâneo do artesanato, de tons claros e materiais naturais, como a juta e o algodão, além das aplicações de madeira, sementes tingidas, palha e coco. A protagonista Açucena (Bianca Bin) possui no seu guarda-roupa várias peças com crochê, renda filé e patchwork. As cores são quentes como vinho, goiaba e cereja.
A maioria das roupas e acessórios foram produzida na própria fábrica de figurinos da Central Globo de Produção. As peças foram compradas na Rua 25 de março em São Paulo, no saara, no centro do Rio, e nas feiras de artesanato do Ceará, sofrendo grandes intervenções, como aplicações. Os grandes destaques são a extensa variedade de chapéus, joias do reino de Seráfia e o belo trabalho artesanal, feito por um ateliê que possui oito bordadeiras trabalhando exclusivamente nas rendas e tecidos naturais.
Jesuíno (Cauã Reymond) é o administrador da fazenda e, por este motivo, usa jeans, comuns no figurino dos trabalhadores desde o ano 1850, coletes de couro, com bordados de linha. Suas cores principais são caramelo e azul.
Timóteo (Bruno Gagliasso) é um homem de bom gosto que vem do Rio de Janeiro e suas priincipais cores são basicamente o preto e o branco. Com o passar do tempo, assumindo as funções do pai Januário Cabral (Reginaldo Faria), ele irá começar a usar ternos de linho em cores mais claras.
Dora (interpretada por Nathalia Dill), uma moça que também vem do Rio de Janeiro. Minimalista, utiliza couro, cores escuras, camisas brancas e saias compridas.
Belarmino (João Miguel), foi usada a técnica de pirografia no couro, fazendo os desenhos florais que são sua marca.
Cangaceiros: as peças usadas nesse núcleo, são recriação do cangaço, cheia de menções a outros guerreiros, entre eles os samurais. Para desenvolvê-las, Marie pesquisou no Ceará, usando desenhos de selas, couro de bode e bastante metal. Ela contou com a ajuda de um especialista em marchetaria para aplicar tachas e placas de prata, importantes nas roupas de Herculano (Domingos Montagner) e Zóio-furado (Tuca Andrada).
Resumo de Novelas.net
Os desafios para criar o figurino da novela "Cordel Encantado"
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